Qualquer cargo que se ocupe no candomblé, o comportamento deve estar
caminhando sempre ao lado do compromisso assumido, ou seja, dentro e fora do
espaço sagrado do Terreiro, o pacto que se faz, primeiramente, é com a
Religião, a Casa, o Orixá etc. Assim um sacerdote estará em equilíbrio, além de
se abster de qualquer vicio principalmente no período de obrigações do Terreiro.
No resguardo está uma das principais forças do eu interior de cada membro do
candomblé, o axé, e os cargos principais da casa como: ogãs, ekedis, babá ou yá
kekerê etc. deverão ser os primeiros a cumpri-los.
Vou exemplificar o caso dos sacerdotes Ogãs. È sabido de todos nós
fazendo uma analogia com a religião católica que o seminário é a escola do
sacerdócio dos padres. No candomblé também temos o nosso seminário que o
aprendizado das cantigas no caso de alabês, toques diversos para o Ogã n’ ilu,
as diversas formas de sacrifício para os Axoguns o conhecimento das folhas ao
Babalossaim etc., ora se temos uma estrutura tão bem definida, só nos resta
cumprir e estar consciente das responsabilidades pactuadas.
Detalhando mais, vejamos os atabaques, que são os instrumentos
pertencentes à orquestra ritual do Terreiro, antes de mesmo de serem tocados
eles passam por uma serie de rituais, pois são lavados com folhas sagradas,
recebem o sacrifício de animais apropriados de acordo com cada orixá que eles
irão representar, recebem padrinho ou madrinha, comidas secas são depositadas os
seus pés ficam recolhidos dentro do quarto do axé, só após todo esse processo é
que estarão estes instrumentos prontos para a sua função de: chamar os sagrados
Orixás leva-los de volta ao Orum, ajudar através do som emitido por eles aos
diversos trabalhos desempenhados pelo Terreiro e os Orixás. Ora, se por todo
este processo de sacralização e magia os atabaques passam, imagine que aqueles
que irão tocá-los também devem estar na mesma condição de resguardo e seriedade
para num sopro mágico trazer todo axé para o engrandecimento e fortalecimento
da nossa religião.
Estou certo que através deste ensaio posso dar uma pequena parcela de
contribuição neste alerta para uma linha de conduta com mais eficiência para
que possamos cada vez mais nos orgulhar do Candomblé a religião que tem na
natureza o seu elemento base de sobrevivência, e através de sacerdotes com
compromisso poderemos preserva - lá.
CARLOS ALEXANDRE DE CAMILLIS
Babalossaim – Ogã de Oxum (Odé Ominboium)
Responsável pela
Sociedade Religiosa e Cultural
Ilê Axé Otá
Odara, em Pedra de Guaratiba.
Fazendo parte
hoje da Família Axipá de Salvador, omo
Nidia Maria dos Santos (YÁ
DETÁ), Yá Badabarao do
Ilê Axipá.
Um comentário:
Como me disse o saudoso "Seu" Équio..." Existem os Ogans e os tocadores de tambor"...
Rafael Bittencourt
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